30 agosto, 2011

Um café com teu cheiro


Ainda lembro aquele seu primeiro toque, inocente e perturbador. Eu, viciada em café, andava segurando uma xícara, quando, ao sentir seu perfume e suas mãos no meu ombro, ele todo caiu na mesa, marcando não só a toalha, mas minha vida.

Fingi que era distração e não emoção. Você perguntava onde ficava a sala de História, e eu tive vontade de perguntar se você falava da nossa.

Voltei à realidade e te expliquei que era só ir pelo corredor de fora, até o final. E você foi. Nunca mais te vi, mas te procuro por todos os cantos, em cima, em baixo, dos lados. Um dia te acho, nem que seja só para relembrar teu perfume.

24 agosto, 2011

A colcha mais bonita que vi(vi)


Depois de tanto tempo, resolvi abrir a gaveta. Aquela onde eu guardava nossas coisas. Tudo meu, tudo teu, tudo nosso. Não sei o que pensei quando resolvi guardar tudo ali, como se fosse esconder de mim a falta de não te sentir durante todos os dias, especialmente os ímpares.

Sem que eu pudesse perceber, me senti como se me segurasse pelas mãos, só por estar lendo aquela carta escrita em um dos nossos aniversários de namoro.

Ainda busco as respostas por não te ter aqui. Sou toda saudade e nossa história é como colchas feitas por avós – cheia de retalhos, coloridos e aleatórios –: a mais bonita. E única.