29 janeiro, 2014

Desatar o nó



Depois daquela tarde, uma fenda, uma espécie de rachadura que vai de ponta a ponta, apareceu. Para mim, acostumada com os estragos românticos, já era comum olhar para dentro e me deparar com o barulho das obras tentando consertar os danos que você causava.

Eu gostava do frio do Sul, você dos dias quentes do Nordeste. Eu gostava de ouvir Indie Rock, você desligava na hora. Eu gostava de sair para dançar, você gostava de sentar... E, com uma lista imaginária sem fim, aceitei que o problema não estava em mim ou você, mas sim em insistir no nó criado pela nossa união. 

24 janeiro, 2014

Derretido por teu cheiro


Ainda era Janeiro, mas meu coração pesava tanto que eu parecia estar caminhando no deserto durante o cansativo mês de Dezembro. Como quem anda distraída, cansada de carregar tantas interrogações dentro de si, nem percebi o sopro do vento em mim. Quase caí.

A ventania trouxe teu perfume e, feito bala de chumbo, me senti invadida por você. Foi ali, respirando fundo para consumir teu cheiro, que meu coração caiu em si e se derreteu. Como em um passe de mágica, você transformou todas as minhas incertezas em lindas exclamações.

Mesmo aqueles que estão longe testemunham seu efeito sobre mim.