24 dezembro, 2012

Sinta-se vivo

(In that moment, i swear, we were infinite)

Respirar não é suficiente para sentir-se vivo. É preciso muito mais que isso: ambições, sonhos, paixões, amores, lugares a se visitar, pessoas encantadoras, músicas que dizem por você, filmes que te levam para onde queria estar - ou que te mostram a realidade, nua e crua. Alguém pode se sentir vivo por ter o trabalho dos sonhos. Acordar às 6 da manhã todo dia e, mesmo assim, se sentir vivo por fazê-lo. Uma mulher pode se sentir viva pelo simples fato de ter dado vida à uma nova criatura.

Eu? Eu preciso de múltiplas razões para me sentir viva. Mas, de todas elas, eu preciso do encantamento, da paixão. Do amor que nunca vira bom dia. Das declarações diárias. Do cotidiano marcado pelas surpresas  de uma mensagem espontânea. Da vontade de se encontrar no meio de uma tarde de segunda-feira. Da contradição de se sentir viva ao perder o ar entre beijos intermináveis e incontroláveis. Do prazer de ficar sentada num carro ouvindo música e conversando. Da ânsia de nunca se cansar de conhecer o outro e, mesmo vendo os defeitos, ainda sim querer estar junto logo após a despedida. Da cumplicidade de dividir as alegrias, tristezas, chateações; sejam elas quais forem. De se sentir à vontade, como se conhecesse há mais tempo do que conhece.

Uns sonham em ter grandes empregos, grandes viagens, grandes conquistas, grandes famílias. Meu sonho inclui tudo isso; quero conhecer o mundo, quero ter um emprego que me permita fazê-lo e manter uma família. Mas isso, pra mim, só tem sentido se tiver, do meu lado, um amor. O amor da minha vida. Que acorde do meu lado todo dia e que, ao fazer isso, eu me lembre instantaneamente do porquê estou aqui. 

Isso, pra mim, é sentir-se vivo. Ter alguém do seu lado para todas as horas. Que te desperte todos os melhores sentimentos e aspirações. Que, mesmo aos 90 anos, te faça sentir as borboletas no estômago como um adolescente no seu primeiro beijo. Que te deixe com saudades em menos de um dia longe.

Amor, pra mim, é vida. E nada, nem ninguém, no mundo inteiro, há de mudar isso. 

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