07 agosto, 2015

Ah, teus olhos verdes




Quer saber um segredo, que talvez eu nunca tenha contado pra ninguém? Eu sempre quis ter um amor com a cor dos olhos esverdeados. É, igual a esse teu que ainda não se cansou de olhar para os meus com cor de terra.

Sempre ansiei pelo mergulho nesse mar que alguns carregam no olhar, mesmo que todos meus amores antigos só tenham me oferecido o chão, não o pulo nessas águas lindas que vejo sempre quando meu olhar cruza com o teu.

Mas, ao contrário de todas minhas expectativas, esse teu mar é calmo e doce. É tão bom não ter que me manter alerta o tempo inteiro enquanto nado em ti, como se fosse me afogar, muito menos fechar os olhos e a boca para que o sal não me deixe ainda mais amarga. Sua doçura sai por todos os lados e só me faz te querer ainda mais.

Às vezes me pergunto se até suas lágrimas têm o gosto adocicado. Devem ter. Menina, queria te dizer que você é pura poesia. E, como todo verso declarado, esbanja alegria, pureza e suavidade por onde quer que passe.

Aprendi com o tempo que, assim como nas refeições, na vida devemos manter o nosso sabor em equilíbrio. Não se endurecer demais, não se amolecer de menos. Para pessoas como eu, extremistas, difícil chegar nesse ponto, mas não impossível.

De repente o teu sabor, misturado com o meu, seja o ponto perfeito para não nos estragarmos mesmo que o tempo passe. Diga-me o que gosta que eu procuro a receita. O que for do teu agrado, assino embaixo.

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